Retina
RETINOPATIA DIABÉTICA
Na Retina, a Retinopatia Diabética é uma doença oftalmológica comum na população brasileira, causada pelo aumento crônico e permanente da glicemia em decorrência da diabetes.
Em sua fase mais inicial, o oftalmologista observa pontos de hemorragias na retina e pequenas dilatações dos vasos sanguíneos. Caso a doença não seja controlada, ela pode evoluir para a formação de vasos sanguíneos anormais na retina, os neovasos, que são muito frágeis e podem se romper e sangrar ou descolar a retina, levando a alterações irreversíveis da visão.
A Retinopatia Diabética é mais grave nos pacientes que têm a diabetes do tipo 1, e nos pacientes com diabetes do tipo 2 que não fazem bom controle da doença. Ainda assim, todo paciente com diabetes (tipo 1 ou 2) deve realizar acompanhamento oftalmológico periódico para realização de exame de mapeamento de retina (fundo de olho), para que a doença possa ser diagnosticada e assim tratada precocemente. Esta avaliação periódica é importante pois em muitos casos a doença é silenciosa, e o paciente só apresenta sintomas em estágios avançados.
Os tratamentos existentes dependem da gravidade da doença:
Quando a Retinopatia Diabética causa um inchaço na retina (Edema de Mácula) e piora da visão, é necessário realizar tratamento com injeções intraoculares de uma medicação chamada antiangiogênico.
Se o exame revelar a presença dos vasos sanguíneos anormais, a condição é denominada Retinopatia Diabética Proliferativa, sendo necessário tratamento de Fotocoagulação a Laser, para evitar a hemorragia e o descolamento da retina.
Já nos casos mais graves, quando já houve hemorragia ou descolamento da retina, é necessário tratamento cirúrgico (Vitrectomia).
DEGENERAÇÃO MACULAR RELACIONADA A IDADE (DMRI)
A Degeneração Macular Relacionada a Idade (DMRI) é uma doença que acomete idosos, sendo mais frequente em indivíduos de pele e olhos claros. É causada pelo enfraquecimento e morte das células que compõem a região da mácula, estrutura no centro da retina, responsável pela visão central de detalhes.
Os principais sintomas são: embaçamento da visão para longe e perto, manchas escuras no centro da visão, ou visão de objetos e linhas tortas.
Existem duas formas da doença: a seca e a úmida/exsudativa.
A DMRI seca é mais lenta, progressiva e menos agressiva, ainda não possui tratamento com grande eficácia, porém médicos no Brasil e no mundo já estão iniciando o uso de medicamentos que têm o objetivo de estabilizar a doença, reduzindo sua progressão.
A DMRI úmida ou exsudativa é de instalação mais rápida e agressiva e é tratada com injeções intraoculares de uma medicação chamada antiangiogênico, muitas vezes com melhora significativa, sem as quais o paciente pode evoluir para perda irreversível da visão central.
A doença é melhor tratada por um Oftalmologista Retinólogo. O diagnóstico é feito pelo exame clínico, além de exame de Tomografia de Coerência Óptica e Angiofluoresceinografia.
O acompanhamento oftalmológico frequente é importante pois em muitos casos o paciente só apresenta sintomas após alteração importante da estrutura da retina, nas fases mais avançadas da doença.
Assista a um video explicativo da Academia Americana de Oftalmologia, aqui.
MOSCAS VOLANTES / DESCOLAMENTO DE VÍTREO POSTERIOR
A visualização de pontos ou linhas no campo visual ao movimentar os olhos é uma condição denominada “moscas volantes”.
Esta condição na maioria das vezes é causada pelo descolamento do vítreo, estrutura espessa, gelatinosa e transparente que preenche a cavidade ocular e que se adere à retina na parede ocular.
Com o envelhecimento, o vítreo antes espesso, se liquefaz progressivamente, descolando da parede ocular, permanecendo livre na cavidade, que passa a ser visualizado ao movimentar os olhos.
O descolamento do vítreo na maior parte das vezes é fisiológico, ocorre na maioria da população entre os 45 – 65 anos de idade e não representa grande ameaça. No entanto, ao descolar, a tração do vítreo sob a retina pode gerar roturas retinianas, lesões estas predisponentes de descolamento da retina. Menos frequente, os sintomas podem ser decorrentes de outras doenças oftalmológicas e não de um descolamento de vítreo.
O papel do oftalmologista é realizar uma avaliação oftalmológica completa e determinar a causa do sintoma, com mapeamento de toda a periferia retiniana a procura de patologias ou roturas. As roturas, se encontradas, podem ser tratadas com fotocoagulação a laser, evitando maiores consequências.
OCLUSÕES VASCULARES
A retina é a estrutura encontrada no fundo do olho, responsável por formar as imagens que vemos e levá-las ao cérebro para serem interpretadas. Ela recebe oxigênio e nutrientes por meio de artérias e, após, as veias removem os produtos metabólicos e detritos produzidos.
Oclusão Venosa
Nesta doença ocorre uma trombose (obstrução) da veia central da retina, ou um de seus ramos.
Os principais sintomas são perda súbita total, parcial ou surgimento de manchas na visão. Na maior parte das vezes é consequência de comorbidades com mau controle, como hipertensão, mas também é comum em pacientes com glaucoma. Quando diagnosticada precocemente, na maior parte das vezes ocorre boa recuperação com injeções intravítreas de antiangiogênicos ou de dispositivos de liberação lenta de corticoesteróides. O atraso no tratamento pode levar a baixa de visão irreversível, glaucoma neovascular (uma forma grave de glaucoma) e cegueira.
Oclusão Arterial
Neste caso, ocorre o entupimento da artéria central da retina, ou de um de seus ramos. Ela pode ser considerada um infarto da retina, portanto é uma condição de urgência e deve ser tratada em poucas horas após o início dos sintomas.
O sintoma principal é a perda súbita da visão do olho afetado. A oclusão arterial é mais grave que a venosa, com poucas chances de melhora da acuidade visual. A conduta mais importante nesta doença é determinar o motivo, origem e localização da obstrução da artéria, que na maior parte das vezes são provenientes do coração ou de placas de gordura nas carótidas (artérias no pescoço).
O paciente que sofreu a oclusão arterial tem maior chance de desenvolver um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e por isso deve ser investigado com urgência por equipe de Cirurgião Vascular e Cardiologista. A precocidade do diagnóstico e do tratamento são essenciais no tratamento dessas duas condições oftalmológicas.
DESCOLAMENTO DE RETINA
A retina é uma estrutura complexa, porém fina e delicada, formada por células nervosas, que reveste o fundo do olho. Ela é responsável por formar a imagem que enxergamos, e enviar esta imagem pelo nervo óptico para ser processada e interpretada no cérebro.
O descolamento de retina pode ocorrer em decorrência de um trauma ocular (ex: acidente), doenças sistêmicas (ex: diabetes), mas na maioria das vezes ocorre de maneira espontânea, após um processo natural do envelhecimento chamado Descolamento do Vítreo Posterior (leia mais no link), que gera roturas (“rasgos”) na retina, lesões estas predisponentes de descolamento de retina.
Os sintomas precoces são: moscas volantes ou fios de cabelo móveis na visão e flashes de luz intensos (fotopsias). Estes sintomas evoluem para mancha escura ou cinzenta que progridem da periferia para a visão central, podendo finalmente levar à cegueira.
É considerada uma urgência oftalmológica, pois a chance de recuperação visual é muito dependente do tempo do ínicio dos sintomas até o tratamento.
O tratamento é cirúrgico, dentre eles, principalmente: vitrectomia via pars plana, retinopexia por introflexão escleral e retinopexia pneumática.
Estas cirurgias têm por objetivo reposicionar a retina à sua anatomia normal, revestindo novamente o fundo do olho, devolvendo a visão ao paciente.
O descolamento de retina é uma doença que muitas vezes é prevenível, já que roturas retinianas podem encontradas e tratadas em exames de rotina, evitando maiores consequências.
CORIORRETINOPATIA SEROSA CENTRAL
Esta é a quarta retinopatia mais comum, apenas atrás da Degeneração Macular Relacionada à idade, Retinopatia Diabética e Oclusões Venosas Retinianas.
Acomete principalmente jovens, entre 20-50 anos, sendo um dos principais fatores de risco o stress. Os sintomas característicos são a piora súbita da qualidade da visão central, mancha escura central, alteração na visão de cores, ou perda de sensibilidade ao contraste.
A doença ocorre devido a uma alteração da permeabilidade na camada mais profunda da retina, que leva ao acúmulo de líquido embaixo da retina.
A taxa de recorrência pode chegar a até 50%, por isso o acompanhamento e tratamento adequados são essenciais.
O diagnóstico é feito através da consulta oftalmológica completa, além de exames subsidiários como a Tomografia de Coerência Óptica e Angiofluoresceinografia.
Esta doença pode ser autorresolutiva em um período de até 2 a 3 meses, porém em casos recorrentes, ou sem resolução espontânea, a intervenção médica é necessária, sendo um dos principais tratamentos a aplicação de Laser Micropulsado.
É importante a avaliação de oftalmologista especialista em Retina, quando apresentar quaisquer destes sintomas, para investigação e tratamento adequados.
BURACO DE MÁCULA
Trata-se de uma doença que acomete a região mais nobre da retina, responsável pela visão de detalhes: a mácula.
É uma interrupção das camadas da retina causada por alterações degenerativas da idade, cujo principal sintoma é a piora da visão central.
O diagnóstico é feito através da avaliação oftalmológica completa, associada a exames subsidiários como a Tomografia de Coerência Óptica (OCT).
O tratamento é cirúrgico, com a cirurgia de Vitrectomia Via Pars Plana geralmente associada a injeção de gás. Em casos muito avançados, apesar do pior prognóstico, podem ser usadas técnicas mais modernas, como o uso de membrana amniótica.
Nesta doença, os cuidados pós operatórios, como posição de cabeça, são extremamente importantes, pois impactam diretamente a qualidade da visão final.
É importante buscar o oftalmologista caso apresente estes sintomas, pois o diagnóstico e tratamento precoces influenciam positivamente o resultado final da cirurgia.
MEMBRANA EPIRRETINIANA
Esta patologia retiniana acomete principalmente a mácula, região nobre da retina, responsável pela visão de detalhes.
Consiste na formação de uma película que se deposita sobre a mácula, levando a enrugamento da retina, e sintomas como piora da visão e enxergar objetos tortos e irregulares.
O diagnóstico é feito através da consulta oftalmológica completa associado a exames subsidiários como a Tomografia de Coerência Óptica (OCT).
O principal tratamento é cirúrgico, com a cirurgia de Vitrectomia Via Pars Plana.
Nesta doença, os cuidados pós operatórios, como posição de cabeça, são extremamente importantes, pois impactam diretamente a quantidade de visão final.
A avaliação oftalmológica é importante, pois o diagnóstico e tratamento precoces influenciam positivamente o resultado final da cirurgia.
Este artigo foi produzido pela Diniz da Gama Oftalmologia. Proibida reprodução total ou parcial sem autorização. Este artigo contém apénas informações gerais sobre doenças oculares, e não substitui a avaliação por médico oftalmologista.